1. Alguém como você

 Cansada, extremamente irritada com mais um dia longo de trabalho e por fim sem forças para levantar daquele banco frio, que ficava numa pracinha bem acabada próximo da minha casa. Deixei de fazer o que eu amava pra trabalhar num escritório cúbico e amontoado de pessoas de olhos cansados.                                

  “Depois não diga, que eu não avisei” essas palavras soavam toda hora na minha cabeça, amargas e com aquela voz familiar da minha mãe. Sentei-me de forma mais relaxada e depois folheei a pracinha novamente procurando algo de diferente, mas sempre achei que o tempo parava naquele lugar, até as pequenas folhas que haviam caído ontem, ainda estavam no mesmo canto.

  Resmunguei antes de fixar meus olhos no banco á minha frente, estava numa distância considerável, mas dava pra ver que tinha alguém sentado ali e olhando pra mim. De início me assustei, mas depois de analisar o número de pessoas, o horário e a distância em que eu me encontrava daquele homem, me acalmei e se fosse preciso correr, não seria problema pra mim.

 Até que eu o vi levantar e se dirigir em minha direção, ele era um homem alto, branco, cabelos negros penteados devidamente pra trás, estava com a cabeça baixa e andava lentamente, fato que me daria boas chances de fugir com sucesso. E quanto mais ele se aproximava, mais eu teimava comigo de que o conhecia de algum lugar.

 Enfim, não havia mais espaço pra eu fugir e o teria que enfrentá-lo de frente. Cerrei meus punhos e com coragem que tirei de não sei onde, falei com autoridade.

 - Quem é vo...

                                                                 Andressa S.A