segunda-feira, 19 de agosto de 2013

1. O Conde



 “Vlad Tedes era um jovem visionário e guerreiro, filho de Vlad II e Cneajna da Moldávia. Após assumir o trono ficou conhecido como Drácula (O filho do dragão) ou como alguns supersticiosos diziam (O filho do diabo). Vlad  fazia jus ao apelido de “O príncipe, empalador”, pois todos os seus inimigos eram cruelmente torturados, queimados, esquartejados ou como ele mais preferia, empalados ainda vivos.
 Seu coração era duro como pedra, nenhum amor o havia conquistado, seus romances eram curtos o suficiente para não passarem da cama e sua personalidade precisamente medonha para afastar qualquer pretendente que seus pais arranjassem.
 Até que um dia...”
 O sono abateu-se sobre a Amanda fazendo com que o livro que estava em suas mãos caísse sobre o chão, o tapete felpudo de seu quarto amorteceu a queda, enquanto ela entrava num sono profundo e misterioso.

                                                                  x x x

 Era uma noite fria e silenciosa, o vento vindo do norte entortava as poucas árvores da aldeia, o silêncio foi quebrado pelo som de galopadas aproximando-se da casa da curandeira. Os dois cavalheiros desceram de seus cavalos trazendo um homem de capuz preto e a perna machucada e por mais que eles tentassem ajudar, o tal homem preferia mancar a deixar que eles o carregassem.
 Os cavalheiros arrombaram a porta e entraram assustando a moça que se encontrava na cadeira de balanço, próximo ao pequeno resquício de fogo que iluminava a casa.
 - Você é a Georgina?- perguntou o homem de capuz, sem formalidades.
 - Não, ela morreu há dois dias.
 - E quem é você?
 - A filha dela- a moça olhou para o sangue que escorria da perna dele- Eu posso ajudar. Minha mãe me ensinou tudo o que sabia. Sente-se.
 O homem sentou-se na única cadeira que havia no cômodo e esticou sua perna machucada. A moça cortou o tecido de sua calça, limpou o ferimento e colocou algumas ervas medicinais que só ela sabia para que serviam e por fim estancou o ferimento com um pano limpo e seco.
 - Só isso?
 - É o suficiente. Troque o curativo três vezes durante o dia - ela olhou pra as mãos dele sujas- E mantenha suas mãos limpas sempre que fizer isso.
 - Qual o problema com elas?- ele perguntou, num tom seco.
 - Nada, mas se o senhor quiser que o ferimento infeccione então elas estão perfeitas.
 - Talvez eu volte amanhã para trocar o curativo.
 - E como eu saberei quem é? Mal posso ver o seu rosto.
 - Atenderei como Conde, apenas Conde. E como eu posso chama-la?
 - Amanda.

                                                        Andressa S.A

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