A roupa negra até os pulsos ressaltava sua pele pálida dando
um ar cadavérico. Fiquei a espreita por trás das cortinas vermelhas observando
seus movimentos se dissiparem no ar. Já fazia algum tempo que eu o procurava e
finalmente havia chegado a hora certa para agir, foi o que eu pensei, mas eu
teria que ser rápida e prendê-lo antes que seus olhos cravassem em mim.
Foram os cinco
segundos mais longos da minha vida, avancei enquanto ele terminava um último
salto e quando encostei-me aos seus ombros ele se enrijeceu e se tornou macio
como plumas, ouvi uma batida de asas e foi então que eu o vi como uma mancha
negra sobrevoar o céu de mármore.
Era lindo como um
manancial no deserto e eu já não podia fazer mais nada, joguei a gaiola no chão
e fechei as cortinas.
Andressa S.A
Ainda bem que gostaste, fico feliz por saber que imaginaste as flores e os cheiros tal como eu
ResponderExcluireste texto está lindo, diferente e poderoso.
gostei muito