quinta-feira, 11 de julho de 2013

Cisne negro


 A roupa negra até os pulsos ressaltava sua pele pálida dando um ar cadavérico. Fiquei a espreita por trás das cortinas vermelhas observando seus movimentos se dissiparem no ar. Já fazia algum tempo que eu o procurava e finalmente havia chegado a hora certa para agir, foi o que eu pensei, mas eu teria que ser rápida e prendê-lo antes que seus olhos cravassem em mim.
 Foram os cinco segundos mais longos da minha vida, avancei enquanto ele terminava um último salto e quando encostei-me aos seus ombros ele se enrijeceu e se tornou macio como plumas, ouvi uma batida de asas e foi então que eu o vi como uma mancha negra sobrevoar o céu de mármore.
 Era lindo como um manancial no deserto e eu já não podia fazer mais nada, joguei a gaiola no chão e fechei as cortinas.
                                                                          
                                                               Andressa S.A

Um comentário:

  1. Ainda bem que gostaste, fico feliz por saber que imaginaste as flores e os cheiros tal como eu
    este texto está lindo, diferente e poderoso.
    gostei muito

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