sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Velho Amor

  As mãos trêmulas se encontravam unidas junto a face morna e molhada. Os soluços se desprendiam com força promovendo solavancos no corpo e ondas de maré salgada. A dor não se comparava a nada parecido, não era fina e nem aguda, nem forte demais para causar cicatrizes, porém era incessante e silenciosa que causava fragmentos interiores.
  Eram tantos os motivos, mesmo que banais, mesmo que indiferentes para os outros. E as vezes sem motivo algum se derramava em lágrimas. Então como sempre acontecia o vento frio da noite marcava a hora de voltar pra casa. Ela tirou os pés mergulhados na água e se levantou para ir embora, foi quando ela viu o motivo das suas lágrimas ali em pé, não tão distante para poder evitá-lo.
  A coragem a impediu de correr, mas o receio a paralisou diante dele. Eles se olharam como se houvesse algum segredo a ser desvendado, na íris negra escondida no fundo dos olhos. Então eles começaram ou terminavam aquela história antiga, não se podia dizer ao certo, pois uma frase interrompia a outra. Se passaram meia hora e a metade dela em silêncio. E por fim o vento frio marcava a hora de ir embora de dois seres, que se encontravam indiferentes ao sentir.
  Seguiram caminhos opostos, deixando os sentimentos guardados no bolso.

                                                       Andressa S.A

Um comentário:

  1. Por vezes os sentimentos ficam guardados... tomam pó mas nunca são esquecidos... Maravilha de descrições! Obrigado por partilhar :)

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