quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

Refletindo sobre o amor


"O amor não é o contrário da solidão. É solidão compartilhada, habitada, iluminada - e às vezes, ensombrecida - pela  solidão do outro. O amor é solidão sempre; não que toda solidão seja amante, longe disso, mas por que todo amor é solitário. Ninguém pode amar em nosso lugar, nem em nós, nem como nós".
                                                                             André Comte - Sponville

 Um filósofo muito inteligente disse uma vez "O amor nasce da falta". E se há um espaço livre e desimpedido no homem, que anseia ser preenchido, sendo este motivado pelas emoções humanas, que possuem uma natureza tão errática, então quem pode afirmar que o encaixe perdido, será de fato o verdadeiro? E se a falta vem de nós, seres tão intrinsecamente distintos, quem poderá dizer, que o encaixe advindo do outro não esteja danificado? Aprendemos desde o nascimento que não somos o bastante para si próprio, que não possuímos o suficiente, que necessitamos de algo a mais. Não estou defendendo o altruísmo, estou discursando sobre a vida. Nós sabemos viver? Deixem-mos de lado as perguntas, pois o que nos interessa são as respostas. Viver também é falta. É solidão. É a procura incessante de realização. Enquanto algumas lacunas ainda permanecem vazias. Vamos nos contentar com uma boa história.
                                                                      X X X

  - Acho que está perfeito, tão perfeito que nem eu mesma entendo. De onde tirei essa maluquice?
  - Nós. O livro também é meu. Não esqueça que as frases mais complexas são minhas.
  - Como poderia? Você grudou no meu cérebro como uma enxaqueca por dois anos.
  - Agradeça! Agora você é oficialmente uma escritora.
  - Pode repetir a última palavra?
  Emília riu com vontade, a risada ressoou pelo quarto como aplausos, o livro que estava em suas mãos era mágico, fazia borboletas brotarem na barriga e voarem confiantes pelo quarto. Era seu livro. "Meu", ela gritou para alguém em especial. "Eu mesma". Às vezes conversava tanto consigo mesma, que parecia que existiam duas pessoas no cômodo. Contudo, era somente seu talento falando em voz alta.
                                                               
                                                                     Andressa S.A

2 comentários:

  1. Acho que o amor nasce da nossa necessidade de fazer alguem se sentir importante e sermos tambem.

    bjo

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  2. O amor nasce da falta...
    Eu nunca tinha pensado nisso. Contudo faz tanto sentido... Sempre desconfiamos do óbvio, não é?
    Um beijo.

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